segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

O inicio

Longe vão já as noites em que não as passava em casa. Parece que a Juventude eterna já terminou. Os amigos estão casados, os que não estão casados na Lavoura andam e outros aguardam pelo seu rebento... cuja concepção não foi planeada...

É a noite véspera de feriado de Carnaval e uma batalha explode em mim… A vontade de estar na diversão e a vontade de estar aconchegado, em casa, quentinho…Perto daqueles que continuam a se “escravizar” por mim, em troca de um Amor frio, muita vezes despreocupado e egoísta da minha parte.

Não vale a pena colocar a máscara, ou se for para colocar que seja a máscara da verdade ou a máscara do falhanço.

Não estou habituado a lidar com a derrota. É verdade que, no Futsal, as minhas prestações estão cada vez piores, mas no Ginásio, na Passadeira, todos os meses consigo mais um recorde, por mais pequeno que seja, por mais um minuto a correr, por mais 0,1 de inclinação, o meu espírito renova e a ambição renasce. No trabalho, não tenho razões de queixas.

E lá estou eu, coloquei a máscara que não queria colocar… Quero assumir o erro porque estou disposto a emendá-lo, mas chegarei tarde?

Se recuar 10 anos no tempo, teria hoje 19 anos. Estaria no 1º ano da Faculdade. Nessa data, se me perguntassem como estaria daqui a 10 anos, a resposta era simples: Casado, com 1 ou 2 filhos, a viver numa casinha e todo feliz da vida.

É um choque tremendo quando confronto a realidade perspectivada e a realidade actual. Onde terei falhado? Porque não fui capaz de obter o futuro que tanto almejava? Fui ou Serei Eu ou serão as contingências?

Imagino-me, por vezes, a viver outros tempos, no Portugal das décadas que antecederam o 25 de Abril. Estaria sem Liberdade, mas seria feliz com a minha prole?

Então e já agora, a fé? A minha Nª Senhora de Fátima por mim visitada, todos os anos, de bicicleta? O meu Santo António? Estarão a eles a zelar pela minha felicidade? Espero que não. Pois seria injusto. Tenho de ver as ajudas do “divino” como um “Plafond” onde obviamente os mais necessitados estarão em primeiro lugar.

É fácil colocar os nossos erros em factores que não controlamos. Eu e só eu é que falhei.

E o voluntariado… sempre a adiar o dia de começar a prestar o meu auxílio às vítimas dos efeitos secundários do Capitalismo (ainda que dele seja crente e adepto).

De Bicicleta já fui até ao Algarve. Já fiz Castelo-de-Bode a Lisboa num dia. Já cruzei fronteiras Europeias numa Bicicleta que não me conhecia nem eu a conhecia a ela. Também o fiz ajudado, claro está. Aliás de outra maneira não o teria feito, nem aqueles feitos teriam existido.
E chego a este ponto: Os meus triunfos tiveram uma “mão invisível” e as minhas derrotas têm apenas um culpado: Eu

Anseio por crescer, para prescindir das mãos invisíveis e para poder dizer que venci, mas chegarei?

A rotina e o vazio de novidades deixa-me assim.
E assim nasce este blogue...

4 comentários:

Unknown disse...

Grande Hugo! Agora descubro, para além de todas a tuas grandes qualidade e que são muitas, que tens uma grande dom para a escrita. Amigo, vive a vida e não te traces objectivos... quando menos esperares... Deixa um pouco a tua timidez de lado e vai em frent!!!
Sabes, que poderás sempre contar com este amigo.
Já agora não te esqueças do nosso duelo: Solteiros-Casados próximo Domingo!!!

Someone disse...

Bem vindo ao Mundo dos Blogs Huguinho...
Há qt tempo!!!
Gostei do teu primeiro post :) Serei assidua do teu blog.
Beijinhos grandes
Marta

Anónimo disse...

hmm

Unknown disse...

Meu caro se a vida pudesse ser planeada não teria gozo por falta de espontaneidade. Tão depressa a vida nos oferece algo totalmente de novo e em que nunca pensámos, como com a mesma rapidez nos puxa o tapete de debaixo dos nossos pés. "Grão a grão enche a galinha o papo" já dizia a sabedoria popular. Basicamente a vida é para ser vivida um dia de cada vez e apreciada constantemente. "A vida é demasiado importante para ser levada a sério". Abraços