domingo, 20 de abril de 2008

Envelhecimento e Solidão no interior do país

Na semana passada vi uma reportagem, num noticiário da Televisão, que informava de Actividades lúdicas oferecidas, no interior do país, a pessoas de idade.

Nessa reportagem, as pessoas eram questionadas sobre as Actividades e sobre o referido projecto.

Todas as pessoas mostravam contentamento, dançavam, brincavam, interagiam umas com as outras e diziam que dava para passar o tempo, sempre se sentiam menos sozinhas, mas que depois, no regresso a casa, voltava tudo ao mesmo.

Uma delas dizia que, no dia anterior, passou-o a andar de uma janela para outra, intercalando com uma ida ao sofá e a ver televisão.

O outro caso sensibilizou-me ainda mais… Um senhor, dirigiu-se ao local onde os serviços de animação estavam a ser oferecidos, mas não participou… não dançava com as “moças”, limitava-se a observar. A equipa de reportagem acabou por estar na casa desse senhor, onde lhe questionou um pouco da sua história. Ele referiu que, após o falecimento da mãe e do irmão a vida dele ficou mais solitária. Ele lá ia respondendo a uma perguntas (as quais não me recordo) mas todo ele eram nervos e via-se pelo entrelaçar constante dos dedos. Penso que os nervos seriam por ter, de repente, todo aquele aparato de câmaras e jornalistas em casa dele, e ele ter alguém com quem falar.

É claro que aquele senhor, tímido, vivia sozinho e por momentos, uma voz sacana, do meu mais profundo inconsciente quis fazer-se ouvir: “Podes vir a ser assim!”

Mil e uma coisas pensei, imaginei e projectei sobre o que aquele senhor teria vivido e sobre o que eu também vivi e estava já a tentar “experienciar” aquela hipotética forma futura de viver…
Lá cortei com esses pensamentos “manhosos”. Aquela vozinha teve o seu tempo de antena, mas o futuro ainda tem muito que esperar

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