quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Vespas

Quando era pequeno, fui picado por uma abelha.

Bem, até aqui nada de especial, não sei quantos de vocês já passou por isso, mas para mim, ficou marcado, ao ponto de não me controlar perante umas quantas e ter uma atitude de quase pânico.

Assim foi, no passado sábado. A minha mãe havia-me distribuído uma tarefa: Cortar a hera que já estava a crescer por cima das telhas. Uma tarefa simples e de recorrência anual.

O problema foi quando pisei a 3.ª telha. Lá de baixo estavam umas quantas vespas e mal lhes pus o pé por cima, começaram logo a voar em torno dele. Claro que eu não as tinha visto, senão não ousava passar ao pé delas. A minha reacção foi um berro, mesmo daqueles berros que não foi “de gaja”, porque não foi agudo.

O coração batia e nesse momento já uma grande quantidade de adrenalina tinha sido bombeada… aguardei e tentei espreitar se havia vespas na Hera… Entretanto, já os meus pais me chamavam e me diziam que deveria “abortar a missão”… aguardei e tentei espreitar novamente.

Com tanto chamamento, foi fácil demover da minha senda. Mas… mal me voltava para sair dali, mais umas quantas vespas por debaixo de outra telha. Desta vez já não gritei, apenas falei mais alto: Bolas, há aqui mais! Mas o coração voltou a bater mais forte e desta vez a pernas pareciam começar a tremer… Aquelas outras Vespas também me rondavam os pés.

Claro que, quem está de fora tem o cérebro a funcionar a 100% e o meu padrasto, com uma daquelas frases: “Elas não te fazem mal, estás de calças” e quando o meu cérebro se colocou a cima do meu instinto, acalmei, ou pelo menos tentei, pois voltei a pisar uma telha próxima donde estavam os malditos insectos e agora ainda tinha de sair dali… as pernas voltavam a tremer, pois grande era a ânsia de dali sair.

Lá desci, com alguns sobressaltos, mas acho que devia estar branco. Claro que no final a sensação até era boa.

Agora como é que explicamos aqueles animais que ali não podem estar, pois aquilo não é deles ou, mesmo que nós deixemos, como lhes explicamos que não queremos fazer mal…

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