domingo, 16 de março de 2008

Deixem-me Correr

Ás vezes a vida não corre como nós queremos, existem obstáculos, uns mais superáveis que outros, o que de certa forma até nem é mau, pois obrigam-nos a lutar e quando são ultrapassados, em ZEN entramos.

Contudo, há barreiras que eu detesto ultrapassar. Uma delas é não poder correr ou melhor, não poder fazer exercício.

No passado Sábado, num lance disputado, desequilibrei-me e apoiei o meu corpo nas costelas laterais e inferiores em cima do joelho do jogador da equipa adversária. Apesar da intenção desse jogador não ser má, quando saí (não me recordo como) e me assentei no chão, não conseguia respirar normalmente. O não conseguir respirar até nem me estava a perturbar muito, pois o receio que tinha era que, de repente, fosse inundado por uma dor insuportável, o que não ocorreu.

Não obstante, esta situação ainda me deixa com mazelas e, em determinadas situações ou posições, uma dor estranha sinto. Penso ir fazer um Raio X por precaução.

Hoje, sábado, dia sagrado de longa data, dedicado ao Futebol, faltei. Não me sentido totalmente recuperado não fui jogar. O dia estava excelente (para isso basta só que não chova ou não faça calor acima de 40º!), fiquei a olhar para o céu e apesar de não me querer martirizar, lá apareciam esses géneros de pensamentos. Sentia-me, peço desculpa se vou ofender alguém com a comparação, como um católico ferrenho que faltou à missa do Galo.

Hoje de tarde, ainda me interroguei se iria ou não ao ginásio e acabei por não ir. Espero amanhã sem falta poder exercitar, nem que seja na bicicleta. Amanhã é o dia da meia e mini maratona na Ponte e por receio e decorrente da situação acabei por não me inscrever.

Onde eu ganho forças (psicológicas) para ultrapassar algumas barreiras da vida é no ginásio, correndo na passadeira, ouvindo musicas dance ou jogando amigavelmente futebol.

Quando o raio desta dor passar, ninguém me vai parar!

Até lá… Deixem-me correr... Deixem-me Sonhar... Deixem-me Viver

segunda-feira, 10 de março de 2008

Primeiro tema de reflexão grega é a justiça

Peço desculpa, dia 8 (das Mulheres) já lá vai, mas não quero deixar de publicar um texto de Sophia de Mello Breyner:

Estavas grávida porém não recuaste
Porque a tua lição é esta: fazer frente
Pois não deste homem por ti
E não ficaste em casa a cozinhar intrigas
Segundo o antiquíssimo método oblíquo das Mulheres
Nem usaste de manobra ou de calúnia
E não serviste apenas para chorar os mortos
Tinha chegado o tempo
Em que era preciso que alguém não recuasse
E a Terra bebeu um sangue duas vezes puro
Porque eras a mulher e não somente a fêmea
Eras a inocência frontal que não recua

domingo, 2 de março de 2008

São Paulo

Esta frase, excerto da Carta de São Paulo aos Coríntios 12, 31; 13, 1-8 foi lida durante o casamento da Vanessa e do Filipe. A frase é espectacular:

Ainda que eu tenha o dom da Profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu possua a virtude da fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver amor, nada sou

Casamentos

No passado sábado presenciei mais um.

A igreja da memória foi onde se consumou o matrimónio. Pequenita, mas engraçada. Pela primeira vez cheguei atrasado, depois dos noivos. Uma vergonha, da minha parte! Controlei mal o tempo, ou ele é que me controlou, não sei. Cheguei, entrei, e assentei-me num lugarzinho cá atrás, ao pé de uma miúda. Quando foi a Paz de Cristo e lhe estendi a cara, ela corou tanto que até me senti mal.

A Noiva, a Vanessa estava exuberante, os meus olhos brilharam certamente, ao ver tanta felicidade concentrada em si.

A Vanessa é minha colega no Banco. Está sentada ao meu lado direito. Foi estagiária e durante esse tempo de aprendizagem teve de ter muita paciência para aturar os meus súbitos ataques de mau feitio e o mais espectacular é que nunca deixou de perder o sorriso e a boa disposição. Ela bem merece todas as coisas boas deste mundo. O noivo também é do Banco, do mesmo edifício, e também ele cheio de Energia positiva.

O palácio dos Condes d’Óbitos, pertencente à Cruz Vermelha, foi o palco escolhido para o lauto banquete. Palácio sito na zona de santos, cheio de glamour, com uma biblioteca cheia de luz, repleta de livros nas quatro paredes e ao centro, uma mesa na qual eu já me imaginava a ler e a reflectir ou mesmo a cear.

Mas este casamento foi diferente, pois para além dos noivos, só conhecia mais dois colegas: Um ex-director: o Francisco e uma colega, a Joaninha, estagiária e a madrinha dos noivos. Quer o Francisco, quer a Joaninha, são pessoas que eu admiro, pois fazem-me rir imenso.

Antes do início do Almoço (que começou lá pelas 16h) tempo houve para as conversas. Conheci a esposa do Francisco, a Margarida, e sem dúvida que, é a outra metade dele.

Bom ambiente e disposição se proporcionou, contudo, na hora do almoço, a mesa onde pensava que iria ficar (com o Francisco e Margarida) não existia. Eu iria ficar numa mesa com outros 7 solteiros que eu desconhecia.

Apesar da reacção inicial não ter sido positiva, certo é que me diverti imenso. Mais novos que eu, mas com espírito de criança, como eu, logo começaram a tramar travessuras… A Joaninha conseguiu ficar sem sapatos e nem deu conta.

Ainda na hora do café a irmã do noivo, senta-se, a meu lado, e muito directamente: “Quem és tu que eu não te conheço?”. Lá lhe expliquei o que fazia ali.

A pista abriu com as piores musiquinhas (que são dedicadas aos nossos pais e avós) e mais tarde surgiram as músicas da moda (incluindo a do D’artacão). Dancei com a noiva, dancei com a irmã do noivo, dancei com a Maria do Carmo (rapariga que estava na mesa do Francisco), a festa se consumou e a diversão durou.

Ainda tentei ensinar uma coreografia de dança e no final já me chamavam-me de Dançarino.

Os noivos, bastante cansados, foram-se embora mais cedo que os convidados.

Foi um dia muito bom que me deixou muito bem.

Quando menos esperares…

Esta expressão é-me dito muitas vezes, quando digo que estou solteiro e que não namoro. É uma expressão que, da parte de quem a diz, tem a intenção de confortar o destinatário, transmitindo-lhe também esperança e ânimo. Peço-Vos desculpa, mas para mim, essa frase é quase um palavrão.

Quantos mais “quando menos esperares” vou ter de viver até que efectivamente quando menos esperar efectivamente algo aconteça?